A idolatria disfarçada de cultura popular

Autor: Pastor Benilton Reis para o site www.CONVEMIG.com.br


Textos de Introdução: Romanos 12:2, Efésios 5:15, Êxodo 20:3-5

Introdução:

Este mês é conhecido como o mês das festas juninas, onde muitos aproveitam os clima frio para acender fogueiras e dançar em sua volta, é o período de colheita do milho, período típico para pratos produzidos com base no milhos, nas escolas, ruas e bairros e fazendas, a festa ganha espaço na agenda de muitas pessoas, aquela roupa rasgada com a camisa xadrez sai do guarda roupa com aquele cheiro de naftalina, os vestidos floridos e as maquiagens carregadas ganhar lugar, as crianças tem seus dentes pintados de preto, seus rostos desenhados com um que parece ser uma barba ou bigode, ou pintinhas na bochecha que deixa aos meninas mais bonitinhas, tudo isso parece fofo, gostoso e muito atrativo, entretanto aquilo que é celebrado como uma festa popular brasileira, é local para os cristãos se envolverem ou até estarem por curiosidade de so ver como é?

 

Desenvolvimento:

Antes de qualquer coisa preciso esclarecer que meu objetivo não é trazer informações para esgotar o assunto, quero simplesmente despertar seu desejo de conhecer a verdade sobre a festa junina e tomar a decisão; se esse é ou não um ambiente em que os cristãos devem estar.

A Origem da Festa Junina:

As Chamadas “festas juninas” tem sua origem no contexto de países católicos da Europa. No século XII na França, festas na época da colheita, eram realizados com muita semelhança do que vemos atualmente nas festas juninas. Esse modelo que foi cultivado no Brasil, nos aponta para as festas dos santos populares em Portugal, principalmente “São João”, que já acontecia antes dos portugueses “descobrirem” o Brasil.

A festa chamada “São joanina” era uma comemoração ao santo que “abençoava” a época de colheita e plantio. No Brasil a festa era conhecida como joanina, em referencia a são João, mas, ao longo dos anos, teve o nome alterado para festa junina, em referência ao mês no qual ocorre “junho”.

Mais tarde, além do “são João” outros santos católicos passaram a serem venerados, assim a expressão mudou para “festa junina” em função de junho ser o suposto mês de nascimento dos santos que passaram a ser celebrados juntos com “são João”

Significado de veneração: Ação ou efeito de venerar. Admiração excessiva por algo ou por alguém, geralmente, ocasionada pela demonstração de talento, poder, honestidade etc., do que ou de quem é alvo dessa admiração; consideração ou respeito. ¹

Quando os portugueses iniciaram o empreendimento colonial no Brasil, a partir de 1500 as festas de São João eram o centro das comemorações de junho, alguns cronistas contam que os Jesuítas acendiam fogueiras e tochas em junho, provocando grande atração sobre os indígenas, nesta mesma época acontecia a realização dos rituais mais importantes para os povos indígenas que aqui viviam, as celebrações realizadas pelos mesmos eram referentes à preparação do solo para novos plantios e às colheitas, conforme citado por Vitalli, 2008.

Os jesuítas eram padres que pertenciam à “Companhia de Jesus”, uma ordem religiosa vinculada à Igreja Católica que tinha como objetivo a pregação do evangelho católica pelo mundo e impedir o avanço do protestantismo na Europa fundada por Inácio Loyola em 1534.

Ainda por Vitalli, somo informados que havia uma mistura de elementos culturais; chineses, espanhóis e franceses, esses povos tinham como intensão lucrar em terras tupiniquins, logo o fato de nossa nação ser formada por uma mistura étnica e cultural muito grande, possibilitou a aceitação e valorização da festa.

Os indígenas encontraram na fogueira de “São João” elementos que os atraía, em muitos dos rituais o fogo estava presente, não somente nos povos indígenas, mas de uma variedade de etnias, o fogo é retratado como um elemento vital, trazido pelos deuses. Deste modo, a similaridade com os conhecimentos ancestrais e os elementos apresentados na festa foram mesclados para “atrair” os indígenas aos campos missionários de catequização, isso fica claro quando vemos a inserção dessa data ao calendário cristão da igreja católica. Sendo assim a festa junina tem suas raízes tanto em elementos pagãos, católicos e místicos em sua comemoração.

 

Desenvolvimento da Festa Junina:

Quando Observamos o desenvolvimento histórico das festas Juninas no Brasil, logo vemos, que seu sentido religioso católico, foi aos poucos perdendo sua predominância, assim um sentido mais “profano” foi sendo agregado para gerar “lucro”, elementos culturais europeus foram substituídos por significados mais brasileiros que surgiram a partir do sincretismo religioso do catolicismo, das religiões de ascendência africana e o misticismo animista indígena (cosmovisão em que a entidades não humanas possuem uma essência espiritual), o que ouve foi uma mistura, o santo e o profano passaram a caminhar juntos.

Vários novos elementos foram incluídos nas comemorações ao longo dos anos, no entanto, as festas juninas continuam sendo as guardiãs da tradição secular de danças ao redor do fogo. Atualmente, a celebração da fertilidade é representada pelo casório e pelo banquete que o segue. As oferendas deram lugar às simpatias, adivinhações e pedidos de graças que se faz aos santos.

 

Os novos santos e seus significados:

O que era uma festa somente a São João, passou ser uma festa tambem para o Santo Antônio e São Pedro, suas comemorações são nas seguintes datas:

Dia 13 de Junho: Santo Antônio;

Dia 24 de Junho: São João;

Dia 19 de Junho: São Pedro;

 

 

Santo Antônio:

É um dos santos que tem a maior devoção dos brasileiros, Fernando de Bulhões nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195, faleceu em Pádua, na Itália em 13 de junho de 1231. É o santo da família e protetor dos varejistas em geral, por isso é comum encontrar sua figura em estabelecimentos comerciais, é também o padroeiro das povoações e dos soldados, seu maior destaque vem da crença de que ele é o “Santo casamenteiro”, é comum no dia 13, os devotos católicos distribuírem o “pãozinho de Santo Antônio” que, como se acredita, é um grande auxílio na conquista de um bom casamento, existe uma crendice popular, que quando não atendidas, as mulheres que pediram por um casamento, e não receberam, o colocam sua estátua de cabeça para baixo dentro de um copo com água, forçando-o assim a atende-las da próxima vez que for feito o pedido. Na umbanda ele é o exu dono das encruzilhadas e guardião da porta de entrada das casas.

 

São João:

João Batista com data de nascimento prevista em 24 de junho, acredita-se ser esta a data pois o seu nascimento foi seis meses antes de Jesus, João era primo de Jesus, e ficou conhecido por sua mensagem dura e por seu batismo que era realizado no rio jornal, foi o mesmo que batizou Jesus.

 

Nas festas juninas, a figura de São João, ganha destaque por ser o responsável pela festa, era muita esperada por seus devotos, que não avia distinção de sexo, nem de idade. Todos os devotos fazem dele um oraculo nas adivinhações, seu dia é festejado com fogos de artificio, tiros e balões coloridos, o santo é venerado como um “fazedor” de milagres, são diversas as simpatias, adivinhações e sorte, geralmente estão associadas ao casamento, como por exemplo; descobrir quem é o futuro marido, a proximidade do casamento, e ate mesmo ver o rosto do futuro esposo na fumaça da fogueira, mas não é so para isso que o santo serve, também segundo a tradição ele cura verrugas, alem de descobrir a proximidade da morte, a meia noite de São João, aquele que não enxergar sua imagem completa no rio morrerá logo, quem enxergar so pela metade, morrera no decorrer do ano. Na umbanda ele é Xangô orixá do trovão e da justiça.

 

 

 

São Pedro:

Era um dos apóstolos iniciais de Jesus, na festa junina, São Pedro recebe a homenagem no dia 29 de junho, considerado o santo protetor das viúvas e dos pescadores, os fogos de artificio e o pau de sebo são elementos presentes e muito destacados no dia de sua homenagem, segundo a igreja católica, são Pedro é o fundador da igreja e o primeiro papa, além da responsabilidade de ser o “chaveiro” do céu, quem deseja entrar, precisa que são Pedro lhe abra a porta, também é responsável por fazer chover, a crendice diz que quando começam as trovoadas as pessoas dizem que é são Pedro arrastando os moveis de sua casa, ou são Pedro dormiu e esta roncando. Na umbanda ele também é Xangô orixá do trovão, da justiça e do fogo. Por isso os devotos que possuem o seu nome, devem acender uma fogueira na porta de suas casas, além disso se alguém amarrar uma fita no braço de alguém chamado Pedro, esse tem a obrigação de pagar uma bebida ou dar um presente a aquele que amarou, em homenagem ao santo.

 

Podemos viajar para todas as regiões do país, no mês de junho, seja no interior ou na cidade grande, que iremos encontrar nos mais variados formatos e tradições os festejos que comemoram esses “santos” sendo realizados ao longo do mês com destaque aos dias de cada santo em particular, podendo sofre variações de acordo com cada santo. O Principal da festa é a fogueira, o foguetório, o milho, a pinga, o mastro e a reza aos santos.

 

 

Os elementos e seus significados:

 

O arraial, a fogueira, o mastro e outros elementos encontrados nessas celebrações, e sua simbologias é de grande importância portando vejamos com mais detalhes cada um deles:

 

Arraial:

É o local onde ocorre a maioria dos festejos juninos, um largo espaço ao ar livre cercado ou não, onde barracas são erguidas unicamente para o evento, qualquer lugar pode ser transformado em um arraial, basta a disposição dos interessados, o quintal de casam, uma parte da rua, um espaço no campinho de futebol e até mesmo o terraço ou varanda de uma casa, como já entendemos o arraial é o local escolhido para ser o palco para as brincadeiras e danças, como também, as realizações de simpatias e outros rituais dos festejo.

 

A Quadrilha:

A dança da quadrilha representa um dos mais aguardados da festa, sua coreografia é baseada em passos tradicionais e as roupas que compõe o figurino, geralmente são bastante coloridas, de tecido barato (chita), os homens vestem camisas xadrez e as mulheres vestidos floridos, para manter o ar caipira usa-se chapéu de palha e maquiagem pesada, vale ate pintar os dente de preto para reproduzir os dentes “malcuidado” e ou a ausência deles, no homem do campo.

 

Casamento Caipira:

Na festa Junina é realizado o casamento caipira para venerar santo Antônio, entre às simpatias é comum para mulheres solteiras que querem se casar, comerem o pãozinho do santo Antônio, que é distribuído no dia 13 pela igreja católica, diz a tradição que esse pão deve ser colocado junto aos mantimentos da casa e a mulher que deseja casar deve come-lo.

 

Essa tradição fundamenta-se nos casamentos arranjados que aconteciam nos primórdios da festa, quando por aliança quase sempre de negócios, as famílias se aparentavam por meio desses “casamentos”, por isso o noivo sempre estava indisposto para o matrimonio que acontecia geralmente na delegacia, representado pela figura do delegado, o noivo era escoltada pelos irmãos da noiva, não podemos esquecer que sempre a noiva se apresenta gravida, revelando assim o casamento arranjados ou forçados, por fim na presença do juiz e do padre os pais resolvem a questão e finalizam o casamento na presença das testemunhas.

 

A fogueira:

De origem europeia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã afirma que o costume de acender fogueira no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de João Batista e assim ter seu auxilio após o parto, a fogueira deveria ser acessa sobre um monte, outro simbolismo é a veneração de uma lamentável lembrança de são Pedro aquecendo-se no fogo do dia que ele traiu Jesus.

 

Bandeiras, Fogos e Balões:

As bandeiras finas de papel, segundo a tradição, têm sua origem nas bandeiras dos santos, onde cada um deles tem sua própria bandeira estandarte. Os fogos de artificio presentes na comemoração, são para acordar São João, já os balões são para levar pedidos aos santos.

 

 

 

 

 

Conclusão:

Creio que após essa breve analise da história da festa junina, temos plenas condições de dizer se devemos ou não participar dessa festa. Precisamos entender que nada é feito por casado, tudo tem um proposito, talvez ele não está visível, mas todas as celebrações não tem somente um contexto social as mesmas possui um contexto espiritual, a partir de hoje você não é mais ignorante quando ao assunto, é importante ressaltar que não cabe a mim como pastor, dizer que você deve ou não participar, meu dever é trazer clareza ao seu conhecimento sobre esse assunto, mas a você cabe a decisão e as consequências de praticar ou não o ensinamento.

 

Essa pregação e ou estudo é um resumo do material escrito pelo pastor Daniel Batista em seu livro “Festas Pagãs”

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